Ato de amar

Às vezes eu vejo o amor se esvaindo pelas ruas
Ele escorre pelos olhos cansados do homem
Cai ao chão e some
Às vezes eu vejo o amor parado na esquina
Ele mendiga atenção
Nas mãos calejadas do menino e da menina
Às vezes eu vejo o amor difamado por quem não aprendeu a amar
Às vezes eu vejo o amor mal amado por quem não aprendeu a compartilhar
Às vezes eu não consigo acreditar
Que todos nós viemos de um mesmo lugar
E que antes de chegarmos até aqui
Fomos queridos e concebidos
Pelo ato de amar.

(JOANA TIEMANN)

Ser criança para sempre

Quem me dera
Só por um dia, voltar a ser criança
Ter no olhos a alegria
De andar de mãos dadas com a esperança

Quem me dera
Voltar em um momento qualquer de brincadeira
De um sorriso solto
De uma amizade verdadeira

Quem me dera
Que meus heróis tivessem sobrevivido à maldade humana
Poder lutar contra o sacana
Que roubo-os de mim

Quem me dera
Usar a palavra como cura
Carregar ternura no olhar

Plantar amor
Colher esperança
Ser para sempre
Sempre criança

(JOANA TIEMANN)