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sábado, 11 de janeiro de 2020

FACE REVERSA DA SAUDADE


Há saudade
que é como algodão doce
que adoça a boca
que cristaliza o olhar.

.Há saudade
prazerosa como banho de mar
que corteja a fantasia
que deixa um perfume de eternidade no ar.


Há saudade
que administra a nostalgia,
a vontade, a presença.

Há saudade
que poliniza o amor
que liberta o sorriso
que abra as asas e voa.

Há saudade
que revela uma história feliz
recheada de lembranças boas.

Joana Tiemann

domingo, 6 de agosto de 2017

Cenário de inspiração


Olá, noite!
Outra vez tu vens me visitar
Outra vez chega ao fim a tua caminhada diária.
Eu sei que tu pertences a todos,
mas que prefere ficar do lado
dos mais saudosos
dos que precisam da tua poesia para seguir em frente.
Da minha varanda eu te vejo, num cenário perfeito de inspiração.
Ao teu comando os pássaros dormem, sonhos são confeccionados, gatos ronronam e cães padecem de solidão.
Eu estou te olhando e percebo que você não mudou
é a mesma que me cobriu nos dias de tristeza e frio
é a mesma que tantas vezes me cativou.
Olá, noite...
Estou tão acostumada com a tua companhia
Obrigada por deixar meu horizonte impregnado de poesia!,
Joana Tiemann

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Máscaras



Diferente de quando éramos criança
mostrar a cara limpa hoje não é fácil.
Não temos mais a mesma coragem
nem o olhar grácil e incontestável.
O que temos são sentimentos se degradando...
Mudou tanto a textura do nosso rosto!
Os córregos de ternura secaram
A pele perdeu o viço.
Abandonamos a inocência!
Demasiadamente distante de quem gostaríamos de ser,
não suportamos o peso do julgamento.
Laranjas apodrecidas ninguém quer colher.
Joana Tiemann

terça-feira, 14 de junho de 2016

Eu sou como a borboleta


Eu queria ouvir Benito 
porque eu precisava olhar o mundo de longe 
e ter a certeza da existência do infinito.

E de repente me vi borboleta voando alto
e tudo em volta foi ficando mais bonito.
Por tudo que há de mais sagrado
acredite
eu senti o perfume da eternidade.
Meu olhar pedinte e acanhado
despertou a curiosidade divina.
Com felicidade eufórica
conheci o segundo pôr do sol
Entendi que o fim nunca termina;
tudo o que vem do coração
ali germina...


Ah, como eu queria
que você estivesse do meu lado
nesse momento de simplicidade e requinte
para atravessarmos o tempo
e juntos termos a compreensão:
Há sempre um despertar no nascer do sol do dia seguinte.

Joana Tiemann


segunda-feira, 30 de maio de 2016

COLIBRI




Ah, colibri!
se não fosse a tua mania de sair por aí
beijando flor em flor
eu escreveria poesia só pra ti.
Com a voz doce e macia 
recitaria os mais lindos versos de amor.
Pintaria minha boca de vermelho carmim,
a cor que você mais aprecia.
E antes do sol se pôr,
te esperaria no jardim
disposta a te provar 
que é de mim que você gosta...

E se ainda assim
você quisesse voar
 pra longe de mim,
ficaria a certeza
de que a sua natureza
é ser livre.

Joana Tiemann

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

LEMBRANÇAS





Estou aqui
Relembrando nossos momentos
A areia, o mar, o sol, o vento...


Fecho os meus olhos e vejo o brilho do teu olhar
Sinto tuas mãos tocando meu rosto
Ouço música no ar.


Ah, como é bom que esse sentimento te traga de novo pra perto de mim!

Agora, nós dois juntos viajamos nas ondas sonoras da paixão.
Voltamo-nos aos movimentos, ao gosto, ao ritmo da canção que nos leva a dançar sobre as nuvens.

Extasiados, revivemos a poesia de um amor de verão.

Entrelaçadas, nossas mãos se despedem.
Você embarca no trem da saudade
Meus pés seguem
para outra direção.

Joana Tiemann

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

SOL


Sol...
Esparrama-te nesta selva de pedra
Aquece as mãos daqueles que venderam 
suas almas à maldade
Não renegues teu cântico de esperança
Impregne-os de claridade
Permita-os sentir toda a tua energia
Exerce teu poder!
Quero viver num mundo
Onde esta luz que de ti emana
Ofusque o egoísmo
E desanuvie os caminhos da fraternidade humana.


Joana Tiemann

domingo, 19 de julho de 2015

Sou Construção

Sou construção
Nada sei de destroços.
O que é que eu posso fazer
se já nasci alicerçada?
Enquanto muitos
perdem-se nas ruínas da solidão
eu me acho nos silêncios lilases
os que são um sim,
os que foram um quase.
Não me privo das ausências
elas fazem minha saudade inteira.
Sou nova para urgências
velha para o inútil.
O barulho sutil da noite me cai instigante
Minhas rimas iluminam caminhos escuros
Meu melhor poema me aguarda
em alguma gaveta do futuro.
Joana Tiemann

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Nas ruas que caminho


Nas ruas que caminho
Para o pão de cada dia
Eu vou colhendo sabedoria.
O momento é de andança,
De seguir em frente
Não de retrogradar.
O momento é de limpeza da alma e dos ouvidos
De abrir os olhos para as verdades do mundo.
O momento é de esforço e disciplina.
Nem só de pão viverá o homem,
Mas de toda a palavra genuína.
Nas ruas que caminho
Para o pão de cada dia
Vejo mulheres e homens solitários
Beirando o abismo do egoísmo.
A indiferença e a covardia
São mecanismos de degradação humana.
Jogo minhas rosas
Nas ruas do pão de cada dia
Com a convicção
De que elas perfumarão
outros caminhos.
Joana Tiemann