Visualizações

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A poesia de viver


Em uma noite qualquer eu quis te mostrar a lua
No amanhecer, o sol que passeia pelas ruas
e você fingiu não entender.
Há uma cegueira cobrindo teus olhos
que não te deixa enxergar as belezas da vida.

Eu pedi para você escutar
o barulho do mar
o cochichar do vento
e você me disse que isso não fazia sentido.
Há uma surdez tapando teus ouvidos
que não te deixa ouvir a sinfonia da vida.

Eu te ofereci
pingos de chuva,
Orvalho da manhã para você degustar
e você não tomou conhecimento
Há um amargor corroendo teu paladar
que não te deixa sentir os sabores da vida

Eu quis te apresentar a harmonia
entre o céu e a terra
o bicho e o homem
a sede e a fome

Mas há uma indiferença qualquer em você
que consome tua alma
que rouba teus dias
E te afasta da poesia de viver.


Joana Tiemann 

Um comentário:

  1. É belo. É muito belo. Penso que esteja entre os mais belos escritos que li. Bem, confesso que não conheço muito o mundo dos poemas. Penso que não se aprende assim, da noite para o dia. Mas, entre os quais li este ocupa especial posição. Deve custar-te tempo fazê-los, deves talhá-los como esculturas. Bellissimo. Oferecer-se tudo a quem se consome da indiferença à vida é deveras doloroso. Perfetto. Abraçosss

    ResponderExcluir